sexta-feira, 3 de junho de 2011

ERA UMA VEZ NA TERRA DA CONCEIÇÃO

QUEM ROUBOU O TACHO?
Marcos Jardim
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Pouco se fala em Padre MANOEL TEIXEIRA DA FONSECA.

Ele foi vigário da freguesia de Caicó e capelão, celebrante da antiga capelinha do povoado Conceição, hoje Jardim do Seridó. Nasceu em 1773, provavelmente no sítio Angicos, propriedade de seus pais. Foi arrebatado do plano terrestre no dia 18 de julho de 1864, com 91 anos.

Em 1856, ano da elevação da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o velho MANOEL TEIXEIRA já contava com 83 janeiros. E é dele que quero lembrar.

Transcrevo aqui texto do livro de Olavo de Medeiros Filho, citando Manoel Dantas:
“Nas fazendas os homens confessavam-se com a cara, porém, para as confissões das mulheres, armava-se na porta do meio – a que comunicava a parte da frente com o interior – uma coberta que isolava o Padre da penitente. Aconteceu que, duma feita, uma mulher veio aos pés do confessor e acusou, entre outros pecados, que furtara um tacho. Nisso o Padre Teixeira, trabalhado de insônias pelas muitas noites em claro levadas a ouvir as mazelas da humanidade, adormeceu profundamente. A penitente, sentindo que não era ouvida, levantou-se. Outro penitente, que já estava à espera, ajoelhou-se e com a lamúria do ato de contrição, o Padre despertou, e julgando ainda ter a seus pés a outra confessada, perguntou-lhe nesse tom amorável e severo do confessor cristão:

- Filha, porque você teve a tentação de furtar um tacho?

- Seu Padre, eu nunca furtei coisa alguma.

- Você não é a mulher que há pouco começou a contar-me a história do tacho?

- Não senhor.”

“Então o Padre Teixeira levantou-se apressadamente, e dirigindo-se à sala onde o mulherio estava reunido, no exame de consciência;

- A mulher que furtou o tacho venha acabar a confissão, que ficou incompleta.”

Quem era doida de se acusar?

Fonte: FILHO, Olavo Medeiros. Velhas Famílias do Seridó. Brasília, 1981.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

CHICO DE MANOEL DE RITA E OS TEIMOSOS DO FORRÓ LANÇAM SEU MAIS NOVO CD




Já está a venda o 2º CD de Chico de Manoel de Rita e os Teimosos do Forró. O mais novo trabalho musical do ilustre sanfoneiro foi gravado em Jardim do Seridó na primeira semana de maio de 2011, tendo  Cristovão sido responsável pelo desenvolvimento da matriz e a arte da capa e CD produzida por Abel, sendo sua produção concluída em Campina Grande/PB.

O Álbum musical contém as melhores e mais tocadas músicas do forró-pé-serra, baião, valsa, arrasta pé e xote de compositores e grupos musicais renomados como Luiz Gonzaga e Os Três do Nordeste, dentre outros e conta ainda com as participações especiais de Jânio do Acordeon e Amazan.

Além de seu Chico de Manoel de Rita, o "teimosos do forró" é formado por Aristón (vocalista), Júnior (zabumba), Geraldo (triângulo) e Malaêta (triângulo).

O CD de Chico de Manoel de Rita e os Teimosos do Forró estão sendo vendidos no Mercantil Esperança (com Aldeniz  Azevedo) e na Banca do Odival.

Boora... Vaamo...

NOVINHO DO BREGA LANÇA SEU PRIMEIRO CD

Capa do CD de Novo

Novinho do Brega , nome artístíco do professor  Francisco de Assis da Silva, mais conhecido em Jardim do Seridó como "Novo de Antônio Ferreira", lançou seu primeiro CD de músicas brega na cidade de Acari/RN, intitulado de “Novinho do Brega Ao Vivo – Perfume Cabochard”, o álbum é formado por músicas de sua própria autoria como: “Perfume Cabochard” (capa do CD),  “Tremenda Ingratidão”, “Quem Tem Casa É Marimbondo” e muitas outras composições interpretadas pelo próprio autor.
Além de cantor e compositor, Novo de Antônio Ferreira é historiador, filosófo e acadêmico do curso de biologia.

Você pode adquirir o CD de Novinho do Brega através do Cel.  9917 4218 ou pelo seu mail: shucramdeo@yahoo.com.br.

Para mais informações acessem:

sexta-feira, 27 de maio de 2011

NA PONTA DA PENA DO CARCARÁ

O DUELO
Marcos Jardim
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Muitas vezes eu venci
(novas estradas)
na destreza de enfrentar
qualquer perigo.

No vacilo de empunhar
a minha espada,
tantas vezes me perdi
(caminho a esmo).

Nem assim me entreguei à vaidade.

Mesmo assim não me resta um inimigo.

Também pudera!...

Entre todas as batalhas
as mais sofridas
foram aquelas que lutei
comigo mesmo.

sábado, 21 de maio de 2011

NA PONTA DA PENA DO CARCARÁ

IMBUZADA COM CAROÇO
Marcos Jardim
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Sou cria do Seridó,
Das brenhas do catingote
Nunca vesti camiseta
Que se enfia no cangote.
Camisa? (...)
Só de botão.
Só uso calça folgada
E peixeira no cinturão.

Só sei comer de colher
Só tomo água dormida.
Não gosto de estrogonofes
Não como qualquer comida.
Coalhada? (...)
De leite cru.
Imbuzada com caroço,
Escaldado de angu.

O tear da Natureza
Aprendi a manejar.
Faço conta de cabeça
Sei de cor o bê-a-bá.
Escola? (...)
Não frequentei.
Garanto que os professores
Não sabem o que eu não sei.

Não gosto de arrodeio
Nem sou de mandar recado
Não me venha com pantim
Nem com muito caqueado.
Conselho? (...)
Não quero não.
Pois nem o Papa querendo
Eu mudo de opinião.

Só sei falar se for alto,
Não gosto de cochichado.
Se for prá falar eu falo
Se não for, fico calado.
É segredo? (...)
Então não diga.
Chafurdo e disse-me-disse
São coisas de rapariga.

Por pensar dessa maneira
Me chamam de atrasado.
Mas isso não me aflige,
Pois sou matuto arrochado.
Quer saber? (...)
Então escute:
Eu sei navegar na web
E possuo o meu Orkut.

Só digo que é quando vejo,
Só digo que dá quando sobra.
Não sou de contar vantagem
Pois mato e amostro a cobra.
Mentira? (...)
Não dou valor.
Minha palavra é mais forte
Que decreto de doutor.

Aprecio o tocador
Tocar num fole furado
Dou valor ao violeiro
No martelo malcriado.
Bebida? (...)
Tomo a brejeira.
Só fumo fumo de rolo,
Pé-duro de fim de feira.

Filme bom é faroeste
Que o artista ganha no fim.
Cabaré só presta brega
Circo bom é circo ruim.
Dança? (...)
Só gafieira.
E um cantor embriagado
Que só canta roedeira.

Pode dizer que sou grosso
Que eu sou mal educado,
Só uma coisa seu moço,
Me deixa desnorteado.
Quer que eu diga? (...)
É o carinho!!!
Nos braços de uma cabocla
Eu me derreto todinho.
           

marcosjsjardim@gmail.com

sábado, 14 de maio de 2011

MÚSICOS JARDINENSES SE UNEM PARA FUNDAR A ASSOCIAÇÃO CUTURAL ARTÍSTICO MUSICAL JARDINENSE – ACAMJA

Assembléia de Fundação da ACAMJA
Assembléia de Fundação da ACAMJA
Assembléia de Fundação da ACAMJA
Assembléia de Fundação da ACAMJA
Assembléia de Fundação da ACAMJA
Assembléia de Fundação da ACAMJA
Após a Assembléia muita música ao som de integrantes do Samba Só e Amazan
Após a Assembléia muita música ao som de integrantes do Samba Só e Amazan
Após a Assembléia muita música ao som de integrantes do Samba Só e Amazan


Foi realizada ontem, dia 13 de maio de 2011, a assembléia de fundação e escolha diretoria da Associação Cultural Artístico Musical – ACAMJA em Jardim do Seridó.

O evento foi realizado na Loja Maçônica União Jardinense e contou com a participação de profissionais da música que representaram os vários estilos musicais presentes em Jardim do Seridó como banda de música, música folclórica, samba, forró, repente, dentre outros, além de contar também com a presença de produtores e articuladores musicais.

A ACAMJA foi fundada com o objetivo de fomentar a arte musical em Jardim do Seridó, contribuindo para a revelação, valorização e divulgação dos músicos locais, além de propor ferramentas de capacitação musical aos interessados em ingressar na área musical.



1ª DIRETORIA DA ACAMJA
:

Presidente:
Aldeniz Araújo de Azevedo

Vice-Presidente:
Antônio Ferreira Dantas Júnior

1º Tesoureiro:
Edjanir ramos de Azevedo

2ª Tesoureira:

Laudimeiry Humberta Silva de Azevedo

1º Secretário:
José de oliveira Meira

2º Secretário:
Marcos Antônio do Nascimento

Diretor de Ações Culturais e da Cidadania:
Denilson Félix Aragão

Diretor de Operações: 
Gilberto valdeger de Azevedo

Conselho Fiscal:
Radilson Azevedo Cunha
Michel platinir cunha de Azevedo (suplente)

Comissão de Admissão:
Genilson de Azevedo Pereira
Emílio Alves Turídio

Comissão de Disciplina:
Francisco das chagas Azevedo
Augusto José de souza

ERA UMA VEZ NA TERRA DA CONCEIÇÃO

O PODER DOS OLHOS DELA

Marcos Jardim

O que levou Antônio de Azevedo Maia Neto a enveredar-se pras bandas do Vale do Jaguaribe e ser vaqueiro de um padre?

Eu aposto nos olhos.

Os olhos de Úrsula Leite de Oliveira, irmã do padre Cosme.

Garanto que qualquer cristão que aprecia as profundezas de um olhar encantador, é capaz de embrenhar-se de mato adentro, levando nos peitos os perigos da caatinga, só para se “mostrar” diante de tal encantamento.

Não seria um barbatão ou qualquer novilha desgarrada que iria atrapalhar a ventura de uma paixão: “Esse Neto é um danado!”.

E lá está ele (ou eu, ou você, ou qualquer um), amansador de bicho brabo, seduzido pelos arreios invisíveis de um olhar agateado.

Úrsula é uma das responsáveis pela disseminação da boniteza que marca, ainda hoje, a beleza das mulheres de nossa terra.

Com o passar do Tempo, os olhos foram se misturando num mar de cores preciosas. Porém, o feitiço do olhar permanece em variantes tonalidades arrebatadoras: começando pelo verde puxado para o azul– e aí você se perde na natureza de pedras raras – chegando até uma cor de mel que se desmancha num néctar embriagador.Ao cabra que não tem coragem de se apaixonar, vai aqui um conselho: é melhor não olhar.

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Antônio Neto e Úrsula casaram-se em idade avançada para a época: ele com, aproximadamente, 27 anos e ela, em torno de 22. Basta lembrar que o pai de Antônio Neto, Antônio de Azevedo Maia Júnior (fundador de Jardim do Seridó), casou com 17 e sua mãe, Micaela Dantas Pereira, com apenas 13 anos de idade.
Antônio de Azevedo Maia Neto (nasceu em 1785 em Conceição – Hoje Jardim do Seridó-RN)
Úrsula Leite de Oliveira (nasceu em 1790 no Vale do Jaguaribe-CE)
Teve o último filho com 50 anos de idade.